segunda-feira, 27 de junho de 2011

Episódios

A minha vida de sábado passado para cá, tem sido vivida em pequenos momentos isolados. Momento de neura, momentos de desespero, momentos de choro, momentos de admiração, momentos de raiva, momentos de culpa, momentos e mais momentos. Parece que não tenho uma vida uniforme, mas antes uma sucessão de pequenos slides.

Slide um - fim do dia de sexta-feira, praia.

Sexta-feira foi um dia especialmente mau, estava cheia de convicção que iria ter uma conversa importante para mim, mas infelizmente cortaram-me as vazas. Sei que inicialmente não foi de propósito, apenas depois quando as coisas descambaram. Quando a taxa de basófia da pessoa está em alta, os outros tornam-se menos importantes. Eu estou bem, portanto para quê maçar-me, é humano... mas também é triste... Bom, neste cenário, resolvi ir à praia, porque parecia que a única coisa que me animaria seria sentir o mar. Portanto, fui. Inevitavelmente fartei-me de chorar, porque aquela praia era mais um cenário do meu comboio fantasma. Estava eu a chorar copiosamente, quando se acerca de mim um senhor que apenas me disse: "não sei porque chora, mas posso assegurar-lhe que a minha história é pior que a sua". Fiquei parva, nem queria acreditar na lata da pessoa, mas o senhor pareceu não se aperceber e continuou: " tenho uma namorada de 14 anos que está grávida e ando com outra pessoa há um ano que estou em riscos de perder, porque não aceita que eu queira ter o filho com a outra". Perante isto, apenas lhe disse: " tem razão, efectivamente a sua história é pior". O senhor sorriu e foi-se embora dizendo: "está a ver como ajudei?". Este episódio fez-me ver duas coisas naquele momento: que há pessoas com histórias bem mais complicadas do que a minha e que ainda há pessoas boas. Aquele senhor, apenas se acercou de mim para me confortar, não pretendia mais nada. Não pretendia saber o meu nome, o meu contacto, fazer qualquer manobra de engate barato. Apenas me queria dizer isto para me fazer ver que há coisas piores. Claro que o alivio foi curto, porque lá diz o ditado: " com o mal dos outros posso eu bem", mas fez-me ver que é isso também que se passa com o motivo da minha tristeza. Com o meu mal pode ele bem... Custa-lhe, mas não o mata como a mim. Racionalizou que este é o melhor caminho para mim, embora sabendo no fundo que não é, porque é o mais fácil para si. Embora saiba que o correcto era enfrentar-me, não quer porque não se quer chatear. Sabe que vai ser difícil e complicado e por isso não está para ter essa dor. É egoísmo? Sem dúvida... mas é humano... Se eu lhe perdoo? Não sei...

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