terça-feira, 28 de junho de 2011

A cada dia que passa

Escrevo aqui na esperança que a minha mente se alivie. Tenho escrito todos os dias, porque ela teima em não me deixar respirar. Quando estou bem, não escrevo, curioso... Nestes últimos meses, não escrevi muito, porque mal ou bem, a coisa foi caminhando sossegada, com a promessa de que as coisas iriam resultar. Não aconteceu, por isso aqui estou eu, de novo, nesta labuta.

Foi assim que este blog começou há quatro anos, pela mesma razão. Nessa altura, apesar de tudo, os conteúdos eram bem mais softs. Acho que precisava menos de me expressar do que agora. Tive a sorte da vida, de reencontrar o amor o que me fez esquecer todos os males do passado, que ainda eram alguns. Não tive tal sorte agora... Ainda! Pois, não deixo de acreditar que se este amor não deu resultado, existe aí mais algum que me fará feliz. Adorava que este tivesse sido para sempre, mas não foi, por culpa de ambos. Melhor dizendo, não é o amor que não vai durar para sempre, porque isso acho que vai. Aquela pessoa vai ser sempre o meu amor, a relação é que não durou para sempre. Nada mais posso fazer, para a manter. Por isso, em cada dia que passa, estou a tentar ultrapassar. Custa como tudo. Parece que temos um buraco no estômago, não temos fome, estamos tristes, nado nos faz feliz, etc. Todos estes sentimentos, são recorrentes em quem já esteve apaixonado e perdeu o objecto do seu amor. Mas como se esquece um grande amor?

No outro dia, enviaram-me um link dum artigo do MEC. Este dizia que não era com saídas de amigos, nem com o entretém do cérebro, mas antes com o repensar e deixar morrer aos poucos o amor, que se ultrapassa a coisa. Não acho! Não sei que raio de cérebro tem o MEC, mas o meu trabalha ainda que acompanhado de 100 pessoas. Não preciso de me isolar para pensar nisto, para fazer o meu luto. Pensar é infelizmente o que mais faço, tanto que quase fico corroída. Claro que, não tenho a paciência que teria se estivesse bem, para ir a festas e grandes convívios, mas tenho de sair e fazer qualquer coisa, sob pena de enlouquecer. Também não me apetece estar no mesmo registo de há uns meses, com as mesmas pessoas. Tenho de encontrar novos grupos, para espairecer. Aquelas pessoas, meus amigos fiéis, infelizmente lembram-me de melhores dias e isso consome-me. Preciso assim, de cortar algumas raízes, sair daquela zona de conforto e encontrar novos ambientes. Não quer dizer, que não esteja com eles, mas a eles tenho de juntar novo ar.

E em cada dia que passa, a coisa vai tornando novos contornos... A ver...

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Episódios

A minha vida de sábado passado para cá, tem sido vivida em pequenos momentos isolados. Momento de neura, momentos de desespero, momentos de choro, momentos de admiração, momentos de raiva, momentos de culpa, momentos e mais momentos. Parece que não tenho uma vida uniforme, mas antes uma sucessão de pequenos slides.

Slide um - fim do dia de sexta-feira, praia.

Sexta-feira foi um dia especialmente mau, estava cheia de convicção que iria ter uma conversa importante para mim, mas infelizmente cortaram-me as vazas. Sei que inicialmente não foi de propósito, apenas depois quando as coisas descambaram. Quando a taxa de basófia da pessoa está em alta, os outros tornam-se menos importantes. Eu estou bem, portanto para quê maçar-me, é humano... mas também é triste... Bom, neste cenário, resolvi ir à praia, porque parecia que a única coisa que me animaria seria sentir o mar. Portanto, fui. Inevitavelmente fartei-me de chorar, porque aquela praia era mais um cenário do meu comboio fantasma. Estava eu a chorar copiosamente, quando se acerca de mim um senhor que apenas me disse: "não sei porque chora, mas posso assegurar-lhe que a minha história é pior que a sua". Fiquei parva, nem queria acreditar na lata da pessoa, mas o senhor pareceu não se aperceber e continuou: " tenho uma namorada de 14 anos que está grávida e ando com outra pessoa há um ano que estou em riscos de perder, porque não aceita que eu queira ter o filho com a outra". Perante isto, apenas lhe disse: " tem razão, efectivamente a sua história é pior". O senhor sorriu e foi-se embora dizendo: "está a ver como ajudei?". Este episódio fez-me ver duas coisas naquele momento: que há pessoas com histórias bem mais complicadas do que a minha e que ainda há pessoas boas. Aquele senhor, apenas se acercou de mim para me confortar, não pretendia mais nada. Não pretendia saber o meu nome, o meu contacto, fazer qualquer manobra de engate barato. Apenas me queria dizer isto para me fazer ver que há coisas piores. Claro que o alivio foi curto, porque lá diz o ditado: " com o mal dos outros posso eu bem", mas fez-me ver que é isso também que se passa com o motivo da minha tristeza. Com o meu mal pode ele bem... Custa-lhe, mas não o mata como a mim. Racionalizou que este é o melhor caminho para mim, embora sabendo no fundo que não é, porque é o mais fácil para si. Embora saiba que o correcto era enfrentar-me, não quer porque não se quer chatear. Sabe que vai ser difícil e complicado e por isso não está para ter essa dor. É egoísmo? Sem dúvida... mas é humano... Se eu lhe perdoo? Não sei...

terça-feira, 21 de junho de 2011

I'll be right here, 'Till all the pain just disappears, I don't want to escape






Acordei hj a sentir-me a única pessoa no mundo. Sozinha e depenada. LOL. Como a nossa mente nos engana quando estamos na mó de baixo... No meio desta loucura toda que têm sido estes dois dias, consigo ver isto. Estou a ser enganada por mim mesma. Como disse ontem uma amiga minha, o que mudou de sábado para hoje, o que mudou concretamente na minha vida? Nada, o meu dia a dia mantém-se inalterado. Acontece porém, que até sábado havia um elo importante que me mantinha viva. Esse elo foi-se, porque eu o deixei partir. Quando o fui reforçar, foi tarde demais. Agora por isso, sinto-me sozinha. Acordo às 6 da manhã a olhar para o tecto na minha casinha de encantar de tectos rebaixados e sinto-se só. Sei que não estou, há mais gente no mundo, mas quem eu queria que estivesse já não está. E isso dói. E muito.

Este último ano, foi levado a bem, porque eu sabia que havia uma coisa muito especial que existia. Agora não há já. Ou melhor, não com essa intensidade. As pessoas deslumbram-se com outras, quando acreditam que essas vão ser melhor solução. Eu não tive essa capacidade, não consegui encontrar a tal melhor solução. Todas as soluções que encontrei pareceram-se fracas ao pé da que tinha. Assim sendo, está visto quem era o elo mais fraco do elo: euzinha... Eu sabia disso, sempre soube, mas acreditei que o elo em si era forte o suficiente para aguentar mais uns tempos. Que tonta!

É a melhor solução, dizem-me todos, várias e diversas vezes. Ao outro lado, tenho a certeza absoluta que também o dizem e que ele acredita nisso. Acontece porém, que eu não. Não estou nada convicta. Nada mesmo. Uma coisa desta intensidade não pode ser desperdiçada, foi a conclusão a que cheguei nesta semana de meditação. Too late... O deslumbre da outra parte por solução diferente, impede que sinta isso. O deslumbre vai passar, mas aí já não voltará atrás, é do seu feitio... Por isso, estou perdida... Tenho de encontrar forma de me reencontrar. Já passei por isto uma vez, há 13 anos atrás, vou voltar outra vez a passar o mesmo. Da outra vez foi um ano e meio de sofrimento, quanto será agora??? Só o tempo o dirá...

I'll be right here,
'Till all the pain just disappears,
I don't want to escape

domingo, 19 de junho de 2011

Hoje "tive um balde de água fria". Foi assim como levar com um saco de gelo na cabeça e este aí permanecer durante o dia inteiro. Não era nada que não previsse poder acontecer, mas nunca já. Curiosamente, a pessoa que me provocou tal choque foi aquela que me acusava de estar a fazer, coisa que nunca aconteceu efectivamente... Assim sendo, as pessoas deviam calar-se antes de acusar os outros de que coisas que não são reais. Quem me dera a mim ter tido o proveito daquilo de que me acusaram, mas não... Afinal quem levou mesmo com o balde fui eu...

Não posso dizer que não contribui para que o balde fosse despejado em cima da minha cabecinha, mas não posso deixar de admirar a volatilidade das coisas e de pensar que realmente sou uma parva em não conseguir deixar de me sentir gelada com isso...

Perante tanta água fria na minha cabeça, passei o dia que nem uma zombi. Já tinha passado as duas últimas semanas numa ansiedade para resolver certos assuntos pendentes, mal sabendo eu que ia levar com a dita da água quando chegasse de férias.

E assim lá fiquei eu a passarinhar ao sol, sem rumo, até que me resolvi deitar na relva. Como que adivinhando o que se passava no meu coração gelado com tal banho, um cachorrinho deitou-se a meu lado, lambendo-me as mãos... Será que os animais conseguem compreender a dor de uma pessoa? Só pode, porque ele ali ficou a dar-me o abracinho que precisava.

Curiosamente, a pessoa culpada do meu banho de hoje, escreveu no seu blogue, que uma criança havia lhe dado a mão, num gesto de amizade, como que adivinhando o que se passava no seu coração perturbado. Foi o mesmo aqui. O cachorro sentiu-me gelada e quis ajudar. Foi bom, mas não suficiente. O que me ajudou mesmo foi ter amigos FANTÁSTICOS que querem mesmo saber se alguém me deita coisas geladas na cabeça e que são objectivos e práticos e me fazer companhia e mais companhia. Não teria conseguido sobreviver com tanta presença de espírito a este ano, senão fossem eles.

Enfim... foi um dia choné, como grande parte deste ano que nunca mais acaba. Sendo que o meu ano choné começou em Agosto, espero que acabe também em Agosto. É que assim, só faltava um mês e tal!

A ver...

A relembrar: deixar o tempo passar que tudo passará, com mais mágoa, mais dor, a acreditar cada vez menos, mas passará!

Uma coisa vos digo, ter ido ver a Ressaca sempre ajudou, de tão choné que o filme também é... Só é pena mesmo passar-se na Tailândia... País que associo à água gelada...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Ouvi algures "a minha vida é uma montanha russa". A minha também, não querendo copiar os sentimentos alheios. O que é normal... Na verdade a vida humana é feita de altos e baixos, uns maiores que outros... No entanto, a minha vida, da qual posso falar com conhecimento de causa, tem sido um constante looping. Ou seja, uma espécie de jornada circular onde vou parar sempre ao mesmo lugar... o inicio. Infelizmente é assim, 12 meses de luta para com sentimentos de derrota, de falha, sentimentos que não consegui ultrapassar, tendo passado por isto apenas para voltar ao ponto de onde saí. A verdade é que ora estou em baixo, ora estou em cima, mas a coisa não muda substancialmente. Na verdade, tudo se mantém. A questão é, o sentimento agora começa a estar deturpado, manchado, esbotado e confunde-me. Não compreendo... Não consigo assimilar os novos sentimentos que se vão formando em mim, face às minhas experiências pessoais. O meu fígado não consegue drena-los e estou em overdose de sentimentos.

Porque tem de ser assim e porquê agora este sentimento de revolta agravada, de tristeza tão grande, questionava-me D. no outro dia..? Sim, porquê agora? Respondi-lhe: "agora como antes, porque a vida é circular". E é.... Os meus sentimentos, têm voltado sempre ao ponto de partida, porque não consegui sair da casa de partida do meu monopólio pessoal. Os dados lançados não o permitiram... Quisesse eu que o tivessem permitido, pois agora estaria em ascensão suprema no minha montanha russa pessoal. Infelizmente não, paguei o bilhete para mais umas voltinhas, segundo parece, mas... esperar compensa, dizem... Estou a pagar para ver!

Assim, embora não consiga desfrutar da viagem como dizem que se deve fazer, pelo menos aposto tudo no dia em que vou sair do looping e fazer finalmente a tão desejada subido. Será hoje o dia?
 
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