
A 3 de Agosto de 2007, fiz este texto que resultou duma conversa, com um, então, amigo meu. Na altura não tinha blog, por isso não o postei. Agora, resolvi fazê-lo. Aqui vai:
"Estive a pensar naquele conceito da auto estrada vs marginal, aplicada às relações pessoais e cheguei a esta conclusão. Aqui vai: A relação ideal é aquela que alia o companheiro ao amante, certo? Pelo menos, para a grande maioria das pessoas. Sendo que o companheiro é aquele que está lá para nós em todas as ocasiões, que nos liga para contar que está feliz ou que está triste, que nos pergunta se estamos melhor das dores de cabeça, que nos convida para ir ao cinema a meio da semana só para estar connosco, etc. Daí o conceito de união de mesa, leito e tecto. O amante, bom, esse dispensa apresentações. Claro que estas relações pressupôem exclusividade e compromisso. Ora, o caminho da auto estrada é os dos companheiros. Ou seja, é aquele caminho que visa um fim, sem olhar para o lado, que é viver lado a lado. A marginal, é aquele caminho, só dos amantes. Em que se consegue parar um bocadinho, cheirar o mar, ouvir o seu barulho dele, sentir a areia. Por isso, é mais apelativo. Daí que, haja muito boa gente que o prefira. Tem mais sabor e está associado à liberdade, já que podemos sair quando quisermos, ou parar para tomar um cafézinho. Na auto estrada, o caminho é sempre em frente e não vês mais nada, que não o fim da coisa. A sua finalidade é chegar a um ponto. Agora, se o ideal é ter as duas coisas, há que encontrar um caminho que junte os dois lados. Tipo, um bocado de marginal, com auto estrada."
E isso é possível? Claro que é! Eu não consigo compreender aquelas pessoas que vêm o casamento, ou o namoro como uma prisão... Quer dizer, lá porque se gosta de alguém e se assume gostar, não podemos ir ao cinema, jantar fora, sair com os amigos? Eu sempre o fiz e sempre "deixei" o outro fazê-lo.
Compreendo aquelas pessoas que são viciados no limier, no momento da paixão, porque realmente nesse ponto das relações as coisas estão sempre bem. Não houve ainda tempo para estarem mal! Porque, todos sabemos que no início tudo são rosas, depois com o dia a dia é normal do ser humano encontrar algumas contrariedades... Agora, não posso deixar de pensar que essas pessoas nunca devem ter tido o prazer de sentir o que é ter alguém que realmente nos conhece, nos compreende e nos apoia e está lá para nós, tal como nós estamos lá para ele. Alguém, a quem conseguimos compreender mesmo quando está afónico... Aí sim, atingimos o ponto 2 em 1. E esse ponto, não tem preço, vale mais que uma casa nova, ou o quer que seja. Há que experimentar, ultrapassar as nossas barreiras, perder o medo e avançar. É como diz a outra: "queremos mais, queremos mais, queremos mais, queremos muito mais!".
Bom jantar!