domingo, 29 de junho de 2008

Sexo e a cidade




Hoje fui ver o "Sexo e Cidade", o filme, e fiquei triste. Sim, eu sei que não devia assumir que fiquei, mas fiquei, pronto.

Na verdade, o filme até acaba bem, tem um final feliz para todas as personagens, mas a coisa mexeu comigo. Felizmente, conheço outras pessoas que sentiram o mesmo e até choraram, assim sinto-me menos totó.

Na verdade, o filme mais não fala do que sobre a realidade da vida e por isso as pessoas identificam-se. De uma maneira ou outra, casados, ou solteiros, comprometidos, ou não, todos queremos o mesmo: ser felizes. Só que, temos medo. Medo de nunca o ser, medo de sermos agora e deixarmos do ser, medo do que virá e como acabaremos. A dada altura do filme, a Charlotte diz uma coisa muito engraçada: que corre tudo tão bem na sua vida, tudo como ela sempre sonhou, que tem medo. Tem medo, porque se boas pessoas não são felizes porque irá ela ser..?

Como é possível, nós vivermos neste medo de não sermos felizes? Se estamos casados, temos medo de não ser aquele o tal, se achamos que é, temos medo de deixarmos de ser felizes um dia. Se somos solteiros, temos medo de nunca encontrarmos o tal, mas se conhecemos alguém e perdemos a liberdade, temos medo de estarmos a arriscar demasiado. Se já é o segundo relacionamento, temos medo que vá correr mal, como o primeiro! Puxa, que medo que o pessoal tem! O pior é quando esse medo nos condiciona de fazermos pela nossa vida. Por isso, é que Mr. Big, no filme, não casa logo. Tem medo, de acontecer como nos anteriores casamentos... Claro está, que a coisa acaba bem, mas ele desilude mais uma vez a mulher da sua vida.


Por isso eu digo, e tento seguir esta máxima na minha vida pessoal, pensar menos e fazer mais.


Voltando ao filme. Trata-se do remate final da série. As actrizes já começam a ficar entradotas, todas na casa dos 40, parece-me, e a Samanta na dos 50. Continuam impecáveis, chiquissimas e amigas como sempre. É o grande ending da famosa série televisiva, que nos visita para nos fazer lembrar mais uma vez: que não há casamentos perfeitos, relacionamentos perfeitos, mas há amizades perfeitas e sim, existe amor, no entanto está bem longe dos contos de fadas que ouvimos na infância, temos é do aceitar...



segunda-feira, 23 de junho de 2008

Comunismo e Mojitos






Perguntam-se vocês: o que raio têm a ver comunismo com mojitos? Tudo! Onde é que há comunismo e mojitos?! Em Cuba. Acontece porém, que ambos não combinam, não mesmo.
Mas, voltemos atrás. Há um ano atrás, contei aqui a minha aventura com uma agência de viagens que, em Agosto, resolveu tirar férias (http://diariodesu-avidacomoelae.blogspot.com/2007/08/tours-tira-frias.html). Pois este ano resolvi ir por uma agência on-line, para evitar estas coisas do "tirar férias". No entanto, não tive mais sorte... Fechar, não fechou, é certo. O site também não desapareceu. Agora, não sei se já tentaram comprar uma viagem através de um site, mas aquilo faz-se tudo on-line, menos uma coisa... O envio dos bilhetes! Essa é que me tramou. Correu tudo bem, quanto a pagamentos, nomes, alterações e pedidos de última hora. O que não correu bem, foi mesmo a entrega dos bilhetes...
No dia antes da viagem, após 300 tentativas de ligar para a agência a perguntar onde raio estavam as passagens, comecei a desesperar. Primeiro, porque era dificil como tudo conseguir que atendessem, depois porque quando finalmente atendiam, a pessoa responsável pela reserva nunca podia atender e, finalmente, porque quando esta atendia, dizia sempre que os bilhetes já estariam no meu emprego ainda nesse dia. Não fosse o facto de: 1.º, ter ouvido essa conversa 30 vezes, sem resultados visíveis; 2.º, a agência ser sediada em "para trás do sol posto, em sítio que nunca ouvi falar, mas que fica algures no norte", até seria possível. Por fim, depois de ter pedido à minha colega e amiga C para falar com a tipa, antes que a "matasse telefonicamente" a coisa lá se resolveu e lá fui rumo aos Mojitos.
E então, porque razão é que Mojitos não ligam com o comunismo? Porque, o pessoal que trabalha em nesse regime não quer saber de fazer as coisas bem, se não lhes derem um dinheirinho extra. Ou seja, no tips, no good mojitos. É mesmo assim. Aliás, no tips, no nada. Queres um sorrizinho? Tips. Queres que te tirem os pratos da mesa, sem que acabes a refeição ainda com o prato da sopa e sem bebida? tips. Queres gentileza, profissionalismo, simpatia? Eh pá, para tudo isso, só se lhes deres a tua máquina e mesmo assim, não sei!
A verdade, é que aquela malta ganha o mesmo quer seja ou não eficiente. No comunismo, não se seguem quaisquer princípios de recursos humanos. O pessoal não é aumentado, não há quaisquer incentivos ao bom profissional. Como sejam: prémios, ou progressão na carreira. Daí, que eles façam o mínimo. Especialmente nos Hotéis de tudo incluido. É que nesses, o pessoal não anda com a carteira atrás. Logo... Menos tips. Razão pela qual, eu digo: comunismo e mojitos não ligam.
No Hotel onde estava (de uma cadeia internacional, desses de tudo incluido) os mojitos, quando havia, apenas tinham um talo de hortelã seca. Sim, um talozinho, a boiar. Se eu nunca tivesse bebido Mojitos, até comia a conversa. Agora, já bebi noutros locais e a hortelã costuma até chatear, de tanta. Como se veio a provar, os gajos até sabem fazer mojitos, temos é dos pagar. Em Havana, acabei por beber um Mojito decente, pago, claro. Esse sim, com muuuita hortelã. Agora no Hotel? Nada. Só aquelas misérias... Enfim... Se soubesse, tinha mas era levado o arbusto de hortelã do P, isso sim teria sido boa ideia. Até podia ser que fizesse negócio! Vendia-a aos outros turistas desiludidos. Ou melhor, vendia era eu uns Mojitos de jeito!
Mas voltando ao comunismo... Aquilo não resulta mesmo e não resulta essencialmente por uma razão. Os cubanos, regra geral, são pessoas instruídas. Ora, uma vez que são obrigados a fazer o quer que seja, mesmo varrer ruas, ainda que tenham tirado medicina, são pessoas desajustadas. Pessoas, que sabem que podiam ter mais e não têm, nem podem ter. É isso que os diferencia dos demais países com dificuldades. Quando se vai ao México, ou à República, vê-se muita pobreza, é certo, mas as pessoas parecem felizes dentro daquele seu mundo. Os cubanos, não. É isso que se sente, é a vontade de terem mais, serem mais. E claro, o oportunismo. A falta de acesso às coisas, aos bens não considerados essenciais (e mesmo a esses) leva a que olhem para nós, turistas, como números. Os cubanos, vivem de esquemas sempre que podem. Sejam eles, passear turistas pelas ruas de Havana por uns meros 3 euros (para eles o ordenado de um mês) ou fazerem-se à máquina fotográfica que vêm em algum turista, através de conversa mole. Os esquemas não me teriam chateado se, em geral, as pessoas fossem simpáticas e prestáveis, a questão é que não são.
A sensação que se tem, é que qualquer gesto mais porreiro que tenham, tem alguma fisgada. E isso chateia.
Como em tudo, há sempre excepções. Apesar deste meu relatório negativo, encontrei pelo menos uma senhora muito simpática, prestável, e sem quaisquer segundas intenções; e, milagre dos milagres, até era a recepcionista do spa do Hotel. Para além disso, o mar era fantástico, claro. E as férias em geral souberam-me que nem gingas, ou melhor, que nem Mojitos bem feitos, claro!










 
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