sexta-feira, 25 de abril de 2008

O amor, o que é?


Li ontem um post da Popota, que me fez pensar muito, pois condiz exactamente com o que penso, aliás como a generalidade das coisas que Popota escreve e pensa. Vou aqui transcrever umas partes, esperando que ela me perdoe:

"O amor é vivido da mesma forma com 15 ou 33 anos!"O amor faz-nos rir e chorar, traz-noz sentimentos de raiva e de compaixão, faz-nos subir e descer, faz-nos tocar e afastar, faz-nos viver e faz-nos morrer...É engraçado, quando olhamos alguem que sofre de amor vemos uma pessoa simplesmente vunerável à merce do outro, ao sabor dos caprichos do outro, ao sabor das maldades e das alegrias. A pessoa está ali com o coração apertado como se não conseguisse viver sem o outro, sem a pessoa, sem o sentimento!

Mas, não é isto que é a vida? Viver intensamente todas as alegrias e tristezas??? Bater no fundo, bem fundo e sofrer desmesuradamente para se erguer e alcançar a particula de felicidade que lá estava à espera? Para depois a inspirar, sentir, absorver até à sua ultima molécula, como se ela não fosse mais acabar!??!!? Não é a vida senão um viver de emoções continuadas que se interligam num passo de valsa, ora para a frente, ora para trás e que nos embalam na melodia pautada pelas teclas de um piano que nos invadem a alma!??!Quem vive intensamente tem o melhor e o pior de dois mundos... mas só poderá ser certamente feliz, pois a vida não é mais do que um conjunto de emoções e sentimentos. Quem vive intensamente os seus sentimentos e emoções, VIVE! Se se tem medo de as viver, então não vive, então, apenas percorre o limbo infinito de uma vida efémera sem tocar nas feridas mas também sem tocar no cheiro, na luz, sem tocar na pele, sem tocar na musica, sem tocar... na Vida!É assim que a vida é!

Pois é, Popota, é mesmo isso! O amor é um sentimento engraçado. Para já, porque é indeterminado... O que é o amor? Já dizia o Camões que é um fogo que arde sem se ver, e é que é mesmo! É um fogo que nos queima, mas que também nos aquece, que nos ilumina. O Camões é que era o gajo, lol...

Agora, o engraçado no amor, é que nos torna vulnerável ao outro, quase que ficamos à sua mercê, de tão irracionais que ficamos. Torna-nos dependentes, inseguros, caprichosos, até. Absorve-nos totalmente até à última molécula, como se não existisse amanhã. É óptimo, quando é bom, é péssimo, quando é mau. Como a Popota disse, e bem, é mesmo uma montanha russa de emoções. Agora, para mim amor é essencialmente companharismo. No outro dia, vi um episódio daquela série Vidas Passadas, em que uma das personagens dizia que o marido, já falecido, lhe tinha feito o seguinte voto quando se tinha junto com ela: "jamais te sentirás sozinha a partir de hoje". É mesmo isto! Quando amamos, unimos a nossa alma com aquela pessoa, passamos a ser um e não dois. O que não quer dizer, que percamos a individualidade. Se bem que, nos primeiros tempos, até isso tendemos a querer perder. Queremos estar sempre com a outra pessoa. Aos poucos, e poucos, com o amuderecer das coisas, vamos ganhando espaço e vamos passando a sentir menos essa necessidade. Aí, passaremos a ser dois, sendo um mais um e nunca mais um só...

Pelo menos, é isso que se procura...

quinta-feira, 17 de abril de 2008

E namorar, nada?


No mês em que o tema "divórcio" anda na boca do mundo, dada a proposta de lei do grupo parlamentar do PS, que pretende que o divórcio deixe de ser decretado pela culpa, mas antes por causas objectivas, ocorreu-me que as mentalidades realmente mudaram muitissimo nestas últimas décadas. E não falo sequer, desde o tempo dos nossos pais, falo sim, desde a nossa adolescência, para aqueles que são trintões. O conceito de relacionamento, alterou-se em todas as suas fases, desde o curtir, ao namorar e até à intimidade.

Quando me separei há um ano e tal, pensei que apenas o pessoal da minha idade tinha uma forma diferente de ver as relações. Associei isso, ao facto da maioria já ter sido casada, ou ter tido um relacionamento mais longo que tivesse levado, de certo modo, a "ver" as relações sem ilusões e de uma forma algo mais fria. Na brincadeira, criei até com o Blade o conceito de old/new school, correspondendo os seguidores da primeira àquelas pessoas que ainda acreditavam no sentimento e no "namoro à antiga". A pouco e pouco, fui-me apercebendo, que não era só a parte emocional que estava em crise, mas ia mais além. Parecia que a maioria das pessoas da nossa idade, tinham uma fome incessante pela busca do prazer no limite. Ou seja, não contentes com a sua vida e a sua sexualidade, procuravam derrubar barreiras e chegar sempre mais além, sempre em busca de mais, dum prazer maior, ou melhor, o que fosse. No entanto, apercebi-me mais à frente que as coisas entre os adolescentes e jovens de 20 e poucos, também já não eram como antes, quando eu tinha essa idade. Essa descoberta, foi-me confirmada quando uma amiga, duma amiga minha, me contou, espantadissima, que o irmão de 18 anos se queixava das raparigas e da sua forma de "estar" nas relações. De que se queixava o moço? Que já ninguém curtia... Que, presentemente, se salta logo para a cama. Ou seja, aquele conceito que me era familiar na adolescência de curtir = a dar uns beijinhos e pouco mais, desapareceu. Ao que parece, avança-se logo para bingo. Mais estranho ainda, foi o que hoje ouvi o Psicólogo Daniel Sampaio dizer na rádio, a propósito disto: é que parece que os rapazes adolescentes, se queixam que não conseguem arranjar um namoro. As míudas de 20, segundo este psicólogo, não querem namorar, querem antes, coleccionar prazeres e experiências.

Face a esta nova perspectiva da vivência das emoções e dos relacionamentos, se compreende que o divórcio deixe de fazer sentido como divórcio culpa. Ou seja, no qual se vá apurar quem foi o cônjuge culpado. Isso não importa, porque as pessoas querem é avançar para outra situação e não ficar presas a uma que já não sentido. A sociedade dos nossos dias, encara as relações como algo que deve ser bom, e não interessa para nada quem foi o culpado da coisa não ter resultado. Quer-se antes saltar daquele filme, e passar ao seguinte. Daí também, que a percentagem de re-casamentos tenha aumentado exponencialmente nos últimos anos. Cerca de 20 em cada 100 casamentos, são segundo/terceiros casamentos... Tudo isto faz sentido, se pensarmos que o casamento deve ser uma benção, e não um inferno. Não podemos é descurar a intimidade, que é a única coisa que nos faz ter a hipóstese de envelhecer ao lado de alguém. E a intimidade, como relembrou, e bem, Daniel Sampaio, só se adquire com tempo, com calma, com amizade e uma sexualidade saudável, sem ultrapassar barreiras que podem colocar em causa essa mesma partilha.

Por isso, concluo que é preciso namorar e namorar muito. O sexo é bom e recomenda-se, mas tem que ser temperado com muito romântismo, carinho e respeito.

Bota de elástico? Talvez :)


 
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