Será que castramos com quem estamos, e não nos apercebemos? Ou seja, será que os julgamos e queremos tanto à nossa medida, que acabamos por "lhes cortar as pernas", quando eles querem ser, ou estar, de modo diferente daquilo que nós consideramos normal?
Ou seja, nós vemos os outros à nossa medida, certo? E à medida do nosso grupo de amigos, colegas de trabalho, da nossa família, enfim do nosso mundo... Ora, há que ter abertura de espírito para vermos que essa não é única realidade. Na verdade, existem "N" realidades e mundos diferentes, e a nossa não é única possível e aceitável, mas mais uma vez esta é uma questão de tribos. Se a nossa tribo é assim, temos a tendência a querer que tudo e todos se enquadrem nela.
Esta questão surgiu-me, porque no outro dia fui com o Blade a um mercado e ele queria ver umas coisas que, na minha cabeça, eram demasiado diferentes. E disse-lhe. Ao que ele me respodeu, que nem que eu estivesse com um vestido amarelo às bolinhas rouxas, ele deixaria de sair comigo, pois o que interessava era euzinha e não como me aparentava. Com essa me arrumou, e me fez cair em mim! É claro que o que importa é quem nós somos e não os nossos gostos, no que toca a adereços, ou à forma de vestir. Isso já eu sei há muito, faz parte de ser adulta, acho. Agora, temos sempre a tendência a pensar que os outros gostam exactamente do que nós gostamos e não é, nem deve ser, assim. Aliás, se fossemos todos iguais, seria uma seca não?
Por isso, com este passeio aprendi uma grande lição: há que dar lugar a que os outros gostem do que gostam. Pois, afinal, não é isso q nos faz estar juntos, ou gostarmos de estar juntos. Temos de nos desprender das nossas tribos e, especialmente, das palas mentais que nos meteram no emprego, no grupo de amigos, ou no nosso crecimento. Temos de dar lugar à diferença, pois isso é que nos faz crescer e sermos mais completos. E, só assim, conseguiremos estar bem connosco e com o outro.
Pequeno apontamento: também não devemos cair no exagero de dizer q sim, só para agradar. Temos é de demonstrar ao outro, que é uma mera opinião, não tem a ver com o gostar ou deixar de gostar da pessoa em si. Mais uma vez, tudo é uma questão de equilíbrio...